03 julho 2009

Linux e o Psicológico Final

Começando com essa imagem que retrata muito bem o significado do texto, gostaria de comentar sobre um crescente sentimento que venho tendo esses últimos meses.

Sabe quando algo se torna tão natural que acabamos não dando o devido valor? Pois é.

Lembro-me que quando comecei a usar o Linux (por volta do ano de 2003), tudo era novidade, eu transbordava conhecimento, todo dia tinha um problema para resolver (quem viveu essa época sabe, e dizem as más linguás que antigamente era muito pior) e eu ali pronto ao desafio. Mas como quem anda pro lado é caranguejo, fizemos alguns avanços e hoje em dia grande parte dos problemas que tinha não tenho mais.

Assim como o amigo do artigo, eu me sentia o todo-poderoso no computador, incentivava as pessoas a usarem Linux, chamava windows de ruindows e por ai vai. Nesse meio tempo, no auge do meu 'amor' pelo Linux, escrevi meu Livro, nossa foi a maior alegria, afinal não é qualquer garoto com 16 anos que escreve um livro sobre o Linux.

Se não estou enganado do ano de 2006 eu já resolvia todos os problemas que tinha comigo e com os outros muito rapidamente e praticamente de forma automática, e como aquele sentimento de desafio foi ficando cada vez mais escasso passei a simplesmente usar o computador, sem intenção nenhuma de 'fuçar' nas suas entranhas. Mas como toda abstinência é sofrida, dei algumas recaídas, lembro-me inclusive de vezes que eu por vontade própria causava algum dano ao sistema para ter que resolvê-lo.

Mas o tempo se passou, o 'amor' pelo Linux já não era mais o mesmo e comecei a entrar na fase que gosto de chamar de “fase do politico em eleição”, procurava agradar a todos, se você achava que o Windows era ideal para o seu uso, concordava contigo sem nem questionar, já por outro lado quisesse experimentar o Linux eu o ajudava prontamente, uma vez li um artigo (desculpem mas não tenho mais o link) em que o autor dizia que todos nós quando conhecemos o Software Livre, a filosofia do mesmo passamos algumas fases, que são:

  1. Paixão: Onde repudiamos tudo e todos que se opuserem aos nossos ideais.

  2. Esfriamento: Onde passamos a usar o Linux diariamente, mas sem aquele fervor do começo, não tocamos mais no assuntos com amigos nem familiares, mas se perguntarem nossa opinião iremos defender o Linux.

  3. Sensatez: Vemos que nem todo mundo tem o perfil de um usuário Linux, reconhecemos que Bill Gates fez muito para a informática em geral, mesmo que de forma não muito boa. O Windows não é mais um inimigo, muito menos o capitalismo, enfim viramos uma pessoa equilibrada.

Acredito que um dos momento mais cruciais para essa mudança tenha sido na época em que não era mais preciso adicionar nenhum parâmetro no /etc/X11/xorg.conf, não precisar mais recompilar o Kernel, hoje só faz isso em casos muito específicos ou para tirar maior proveito da maquina, e como poderemos esquecer dos nossos velhos amigo ./configure , make e make install, lembrando que o make install preferencialmente (pra não dizer obrigatoriamente) tinha que ser executado como root. Tenho certeza que muito usuários novos não sabem nem o que é root, e o interessante que a culpa nem é de toda deles. Bons(?) tempos aqueles.

Para terem uma ideia, eu passei aproximadamente 1 ano para conseguir instalar o kurumin (não lembro exatamente a versão mais sei que ele cabia em um mini-cd ainda e muito longe do Morimoto decidir mudar isso) na minha maquina, sempre dava um erro de dcopserver no KDE até que em umas das minhas tentativas o bendito finalmente resolveu dar a mão a palmatória e finalmente pude ver, pela primeira vez, o KDE em ação na minha maquina. Vocês não tem noção do quanto chorei nesse dia. Serio.

Hoje em dia quase todo mundo consegue instalar um Ubuntu, Mandriva, Suse, Fedora tranquilamente, logico que tomando alguns cuidados para não formatar todo o HD, e mesmo assim ninguem vai levar 1 ano tentando instalar o Linux. Isso eu garanto.

Enfim, acho que tenho que me renovar...

PS: Para quem chegou agora e não acompanhou toda a saga, aqui vai os link:

Parte 1

Parte 2

2 comentários:

Tempo da travessia... disse...

Hushaushausa...
Que pessoua SENSIVEL!! xDD ¬¬'

"finalmente pude ver, pela primeira vez, o KDE em ação na minha maquina. Vocês não tem noção do quanto chorei nesse dia. Serio."

Anônimo disse...

Muito interessante este seu artigo bem como o blog como um todo. Já estou assinando seus feeds e espero mais posts.
Lí sobre seu livro e ví três inconvenientes:
- O livro já está obsoleto, pois em informática o que aconteceu em 2006 é pré história;
- O preço está um pouquinho salgado para o que o livro propõe e pelo fato de você ser pouco conhecido;
- Há pouco tempo o Morimoto lançou o livro LINUX GUIA PRÁTICO, que é muito bom e compensa você dar uma olhada.

Bem, falta uma revisão no texto quanto a gramática, a fonte (que tal verdana ou arial?) bem como seria interessante um texto justificado.

No mais um forte abraço e, presumindo que você tem 19 anos, e usa o Linux desde os 13, deve ter uma ótima bagagem.

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